A GRAÇA QUE BUSCA ADÃO E EVA

 “E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? ”[1] (Gn 3:8-11- ACF).
(Foto: Adevertir Pgn)                                                                                  


            I.                       INTRODUÇÃO
                   Quando Deus criou o planeta terra, a Santas Escrituras descreve que Ele ordenou cada coisa ao seu devido lugar, tudo era perfeito. Não diferente, ao criar o homem do pó da terra com suas próprias mãos, Ele o fez completo em tudo (Gn 1:1-31). A Adão foi dada uma ordem:  não comer da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2:16, 17). Vivendo o homem na imensidão do Éden, sentiu a necessidade de uma auxiliadora[2]; Deus em sua infinita bondade lhe proveu! O fez cair em “sono pesado” e de sua costela tirou Eva, sua mulher (Gn 2:18-25). Ambos agora, “...marido e mulher devem cultivar respeito e afeição um pelo outro”[3] (CS, p. 56-58). O plano divino era de fato maravilhoso, Adão e Eva tinham tudo para eternizar sua união, afinal Deus mesmo instituiu o casamento[4]. Contudo, pela desconfiança a soberania divina e iminente desobediência, o pecado entrou em suas vidas e também passou aos seus descendentes (Gn 3:1-7; 3:15).
Desse episódio, surge uma interrogativa: o que de fato ocorreu com Adão e Eva? O inimigo das almas que fora Expulso do céu (Ez 28:12-19) os ganhariam? Fora o Criador pego de surpresa? Como se daria o desfecho dessa história de tensão, haveria resgate? Analisemos juntos!
II.   A GRAÇA QUE BUSCA OS INDIGNOS ADÃO E EVA
Como já explanado, Adão e Eva viviam felizes num paraíso[5] de muita paz! O foco desse casal era servir a Deus (Gn 2:15), e ter plena comunhão com Ele (Gn 3:8), a vida era para ser eterna; visto que tinham o privilêgio de comerem do fruto da àrvore da vida (Gn 2:9), mas essa vida real, chegou ao fim. Eles sederam a tentação e por fim a “rebelião” contra Deus, numa escolha egocêntrica, o “pecado” entrou na raça humana e lá se foi a chance de vida (Gn 3:22; Rm 6:23)[6].
      1.      O terror no Éden e a Graça que busca (Gn 3:8-11).
De fato o pecado causou “separação” entre Adão, Eva e Deus, esta é a consequência do erro (Is 59:2). Ellen G. White expressa: “[...] o pensamento de seu pecado o encheu de terror . [...] experimentavam  uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma”[7]. Mas, agiria Deus como agem os humanos no presente século, de forma acusativa? Qual seria a ação divina?
a)                  O terror no Édem - “Ouviram a voz do Senhor...Enconderam-se” (v.8). Devido ao pecado o homem não desejava estar perto Deus (Jo 15:16) “As visitas periódicas de Deus perto do final do dia sempre haviam sido ocasiões de deleite para o casal. Mas o som da aproximação de Deus foi então um sinal de alarme”[8]. Na verdade, “o Casal não queriam mais a intimidade com Deus que tinham usufruído anteriormente no jardim (Rm 2:12-16)[9]. Desejavam fugir [Culpa]!
b)                 A Graça que busca - “Onde estás?” (v. 9). “A graça começa sempre com a iniciativa amorosa de Deus. É por isso, que encontramos, imediatamente após a entrada do pecado, [Deus] buscando os indignos Adão e Eva no Éden”[10]. Todavia, o pecado os privava de estarem em sua presença, expressaram: “Ouvi tua voz...temi...escondi” (v.10). De Deus não se esconde (Is 29:15). Ele tudo vê (Sl 33:13). “Adão procurou ocultar o pecado por trás das consequências deste e sua desobediência, por trás de seu senso de vergonha, declarando a Deus que havia se escondido devido ao embaraço da nudez”. É evidente que “a consciência dos efeitos do pecado era mais aguçada que o senso de pecado em si”, o foco do Criador era contudo, conduzi-los a confissão[11], daí as interrogações, as perguntas retóricas (vs. 9-11,13).  
      2.      Alguém deveria morrer – O resgate  (Gn 3:15, 21; Jo 3:16).
E, antes mesmo da fundação do mundo, o cordeiro se candidatou (Ap 13:8; Ef 1:4; Jo 1:29), “O pecado de Adão levou sua posteridade a condenação (Rm 5: 18-19); foi “em Jesus”, que “nós pagamos o castigo do pecado” (II Cor 5:14-15), sua morte na cruz”[12]. Afinal, a “cruz teve origem na mente do próprio Jesus”.[13]
a)                  Que amor [ágape], que graça maravilhosa! “Deus nos ama apesar de nós mesmos[14] [...] Assim, enquanto O "salário” [algo que ganhamos] do pecado é a morte”. “O dom gratuito [graça] de Deus é a Vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). "Deus prova o seu próprio amor para conosco fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nos ainda pecadores [rebeldes contra o senhorio de Deus em nossa vida]” (Rm 5:38) Cristo não morreu por pessoas boas, mas "pelos ímpios" (Rm 5:6)[15] Noutras palavras, Ele não mediu esforços não escolheu, mas morreu por todos!
b)                 “A salvação na Bíblia é sempre iniciativa de Deus”[16]. Expos: James Denney: "Não precisamos primeiro nos arrepender de nossos pecados para depois ir a Jesus, é a entrada de Cristo em nossa vida que nos traz primeiro o arrependimento e depois as demais bênçãos espirituais”[17]. Cabe citar ainda que, “A parte humana no drama da salvação é apenas corresponder à iniciativa divina”[18]. A grande questão é: quem aceitará!?
III.             CONCLUSÃO
O pecado é uma realidade na vida humana, visto que Adão e Eva pecaram o pecado foi transmitido a sua posteridade, todos tem portanto, a propensão para o erro, possuem uma natureza pecaminosa. Deus não fora pego de surpresa por Satanás, também não buscou o Criador condenar sua criatura [o homem], mas antes mesmo da fundação do mundo o plano salvífico havia sido criado.  Rejeitar ou aceitar a graça e o convite divino depende da escolha que cada indivíduo de forma pessoal fará; na verdade, “Tudo que o homem pode fazer no sentido de sua salvação, é aceitar o convite [divino]"[19] (ME, p. 343).
IV.             APELO DIVINO
Por que não se render agora mesmo, a Graça maravilhosa; por que não aceitar Aquele que busca! Para Deus não importa a distância que o pecador esteja dEle, para Ele o que de fato interessa é se o transgressor anseia ouvir Sua voz, permitindo-o conduzir o seu viver.
Pergunto a você amigo (a): anseia você ser guiado por Jesus, ser resgatado independente da situação em que hoje você se encontra?
 O façamos agora, pois Ele nos convida como um misericordioso Pai.
- Material disponível em pdf: A GRAÇA QUE BUSCA




[1] Conf.: Bíblia, Português. A Bíblia Sagrada. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original. Ed. 1 – São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995, 3.
[2] Veja mais: “Adão precisava sentir sua própria incompletude e sua necessidade de companhia – em outras palavras, que não era bom que ele permanecesse só”, ver em: Comentário, Bíblico, Adventista do Sétimo Dia. A Bíblia Sagrada com Comentário Exegético e Expositivo. Ed. 1 - Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011, 209. (Série Logos, vol. 1).
[3] Conf.: White, Ellen, G. Conduta Sexual, Testemunhos sobre abuso, homossexualidade, adultério e divórcio. Tatuí: ed. Casa Publicadora Brasileira, 2012. Ver ainda: HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Vida, 2007, 28, onde comenta que, a mulher por sua vez, deveria exercer uma participação ativa ao lado do seu marido, ela deveria ser uma companheira a dividir dos deveres de seu esposo, sendo complacente e amorosa com respeito a natureza de seu cônjuge e sobre tudo, cooperar com ele nos projetos a serem realizados.
[4] Rock (2012, p. 803-832), descreve: “O casamento foi instituído no Éden. Deus criou Eva, deu-a a Adão e uniu ambos em matrimonio” em: Rock, Calvin B, Casamento e Família. In: Dederen, Raul (Ed.). Tratado de Teologia. 1.ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileia, 2012. cap.20,p.803-832.
[5] Era um “jardim do palácio real” (Trad. Lit. De “paraíso”) Citado por: Dr. João A. R. Alves, Apostila Doutrina do Santuário, p. 20.
[6] Concorda e acrescenta Knigth (2016, p.16): “Até aqui, uma coisa deve ter ficado clara a respeito dos seres humanos: eles não merecem receber nada de Deus, a não ser a morte eterna (Rm 6:23). Eles se rebelaram contra Ele, colocaram o próprio egoísmo no centro de sua vida, estão debaixo da condenação da lei e estão iludidos em seu orgulho e prepotência espiritual por características que podem ser definidas como “boas”.  Não admira que a Bíblia se refira aos seres humanos não só como seres confusos, mas inteiramente perdidos no pecado (ver Lc 19:10; 15:6, 9, 24; Mt 1:21) ”. Ver mais (Knigth, George R. Pecado e Salvação: o que é ser perfeito aos olhos de Deus. Tradução: José Barbosa da Silva. Ed. 1 – São Paulo: CPB, 2016, 75).
[7] Em seu livro (Ellen G. White, PP, p. 49, 51).
[8] Continua, “Ambos sentiram que, de forma alguma, não ousavam querer encontrar o Criador. A razão para o medo não estava na humildade nem na modéstia, mas num profundo senso de culpa” (CBASD, 2011, p. 209).
[9] B. E. Genebra, 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009, 15.
[10]Ibid. Knigth, (2016, p.16).
[11] Acrescenta mais: (CBASD, 2011, p. 209): “Adão, que sempre havia recebido com alegria a aproximação divina, estava então escondido. Não podia, contudo, fugir de Deus, que o chamou não porque ignorasse seu esconderijo, mas para levá-lo à confissão”. Ver ainda: B. E. Genebra, p. 15.
[12] Ver: HOBROOK, Frank B. O Sacerdócio expiatório de Jesus Cristo. Tradução: Jose Barbosa. 1 Ed. - São Paulo Casa Publicadora Brasileira, 2012, 1- 153.
[13] Conf.: STTOT, John. A cruz de Cristo. Tradução: João Batista. 1. Ed – São Paulo: Editora vida, 2006, 9: “Os gregos e os romanos se apossaram da crucificação que, aparentemente, fora inventada pelos "bárbaros" que viviam à margem do mundo conhecido... Antes de morrer, a vítima podia sofrer durante dias. Ao adotarem a crucificação, os romanos a reservaram para assassinos, rebeldes, ladrões, contanto que também fossem escravos, estrangeiros ou pessoas sem posição legal ou social... Os judeus não faziam distinção entre o "madeiro" e a "cruz", entre o enforcamento e a crucificação. Eles, portanto, automaticamente aplicavam aos criminosos crucificados a terrível declaração da lei de que "o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus" (Deuteronômio 21:23). Eles não podiam crer que o Messias de Deus morreria sob a maldição divina, pendurado num madeiro. [Ele o fez, por amor a nós]”. Ver mais sobre: o que era a Cruz, origem, o horror, quem nela era crucificado ver pgs. 6-10.
[14] Ibid., Knigth (2016, p.76). Acrescenta: “Esse tema percorre a Bíblia toda, de Genesis até Apocalipse” ver em: Knigth (2016, p. 75).
[15] Ibid., Knigth (2016, p. 75-76).
[16] Ibid., Knigth (2016, p. 76).
[17] Ibid., (KNIGTH, 2016, 76); ver ainda em: DANNY, James. The Christian Doctrine of Reconciliation. Londres, Inglaterra: James Clarker, 1959), 16.
[18] Ibid., Knigth (2016, p. 76).
[19] Conf.: WHITE, Ellen G. Mensagens Escolhidas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD – ROM]). V. 1, p. 343.

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