QUE DAREI AO SENHOR?[1]
“Como posso
retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo? Erguerei o cálice da
salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus
votos, na presença de todo o seu povo”[2]
(Salmos 116:12-14, NVI).
(Foto/Montagem: Adevertir Pogian)
O salmo 116 é um “salmo messiânico”.[3]
Trata sobretudo, de “ações de graças que expressa alegria, amor, gratidão e
compromisso com o Senhor por livrar o salmista da morte”.[4]
Ele exalta ainda, o “poder salvífico de Deus”.[5]
Não se sabe ao certo o que perturbava o salmista, quem sabe fosse alguma
doença, ele relembra dos seus clamores e de como Deus o atendeu sendo
misericordioso; assim sendo, decidiu demonstrar gratidão ao Senhor,
oferecendo-Lhe sacrifício.[6] Estrutura do Salmo: “ (1)
declaração do amor do salmista pelo Senhor (v. 1,2); (2) experiência à beira da
morte (v. 3,4); (3) louvor ao Senhor (v. 5-7); (4) o salmista é salvo da morte
(v. 8-11); (5) voto de louvar sempre ao Senhor (v. 12-14); (6) reflexão sobre a
salvação do salmista (v. 15-17); (7) pagamento de seu voto de louvar a Deus (v.
18,19) ”.[7]
II. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
1. Contexto da época.
Este Salmo “se movimenta em direção do
clímax das ações de graça: um sacrifício é oferecido a Deus e depois devolvido
aos homens para uma festa “diante do Senhor” (Lv 7-ll; Dt 12:17-18)”.[8]
a) Era costume daquela época ler este Salmo
na Páscoa, um pouco após a refeição, prontamente depois da “terceira taça de
vinho, chamada de cálice da salvação.
b) Quão apropriado deve ter sido que
este salmo da Páscoa tenha chamado a atenção para o cálice da salvação de Deus
na mesma noite em que o Salvador foi traído (Mt 26.27; Lc 22.14-22)! ”.[9]
2. Contexto dos versículos em estudo.
O salmista parecia ter
sido ameaçado por alguém (falsa acusação), ele expôs: “todo homem é mentiroso”
(v.11, ARA)[10],
relembra o verso (v. 4) onde clama por socorro ao Senhor em oração.
a) De
fato, sua situação era dolorosa, foi ameaçado e preste a destruição parecia se
aproximar. Logo, sobressai a palavra-chave: “morte” repetida três vezes
nesse cântico (v. 3, 8 e 15).
b) Contudo, mediante a “vitória da vida”, o
“tema de morte fica em segundo plano”, grato é o salmista por ter sido ouvido
quando clamou a Deus (v. 1, 2, 5, 6, 8, 9 e 16). A morte perdeu seu poder.[11]
III. LIÇÕES EXTRAÍDAS
1. “Como posso retribuir ao Senhor...? ” (Sl 116:12, NVI).
A palavra-chave “retribuir” vem do hebraico (bwv shuwb
verbo hiphil imperfeito na primeira pessoa comum do singular) aponta para
(“trazer de volta”, “dar em pagamento” - como ser humano?).[12]
a) É impossível ao homem retribuir
a bondade de Deus [Gr.תגמול tagmuwl: benefício, ato de graça[13]],
só podemos aceita-la, ser gratos por ela e viver em “agradecimento e respeito
segundo a vontade divina, tendo em mente a grande misericórdia que recebemos”.[14]
b) Contudo, para o salmista “sua dívida impagável não o absolve de fazer a
contribuição que ele pôde fazer”.[15]
Ser grato!
2. “Erguerei o cálice da salvação” (Sl 116:13, NVI).
A palavra “erguerei” que o salmista usa é o verbo
que significa “carregar” ou ‘levantar” quando se refere a objetos fora da
pessoa, embora se empregue para “erguer” ou “levantar” os olhos, mãos, cabeça
etc. da pessoa.[16]
a) Ele “vai apresentar uma
oferta derramada de vinho como parte do ritual de ação de graças (Nm 28.7). O
cálice vai ser um testemunho da salvação realizada por Deus [Mt 26:27].
b) Ele
vai participar da adoração (“invocarei o nome do Senhor”[ v. 13, NVI]).
c)
Ele vai cumprir em público as promessas que fez em secreto em tempos de
dificuldade, que era apresentar uma oferta de gratidão”.[17]
3. “Cumprirei para com o Senhor os meus votos...” (Sl
116:14, NVI).
O termo “Cumprirei” (Gr. Shalam é um verbo no
particípio: “estar em uma aliança de paz, estar em paz”[18]).
“Suas únicas ofertas são suas dívidas de gratidão”.[19]
a) Ele aprendeu pela
experiência que “é valiosa aos olhos de Iahweh a morte dos seus fiéis” (BJ; cf.
72.14) e que ele é rápido em impedir uma tragédia dessas.
b) Liberto e grato,
o salmista dedica novamente a sua vida ao serviço de Deus.[20]
IV. PODEMOS DAR GRAÇAS A DEUS PELO QUE ELE TEM FEITO?
1. Devemos ser gratos a Deus o Pai. Pois Ele entregou Seu filho
para morrer em nosso lugar (Gn 3:1-5; Jo 3:16, Rm 5:8).
2. Por nos conceder milagres incontáveis. Exemplo os dez
leprosos (Lc 17:11,15-19). Saber reconhecer o que Cristo fez e faz, essa foi atitude
daquele Samaritano.
3. Por que Ele é bom. “Deem graças ao Senhor porque ele é bom; o Seu amor dura
para sempre” (Sl 107:1, NVI; cf. 136:1; 118:28-29; 1Cr 16:34).
4. Dar graças a Deus em tudo, pois esse é o Seu desejo. “Deem
graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em
Cristo Jesus” (1Ts 5:18, NVI; cf. Cl 3:15-17).
5. Por que temos a consciência limpa (2Tim 1:3).
VII. APELO DIVINO
1. Temos muitas razões para agradecer e podemos celebrar. Não
por que temos méritos, mas por que Cristo tem sido o nosso “Emanuel”, o “Deus
conosco” (Mt 1:23; 28:20).
2. Que outras razões você tem para agradecer? Independentemente
de quais sejam elas, olhe para Cristo, pois Ele é a razão e o motivo de tudo e
o principal, de existirmos.
3. Cantemos juntos em gratidão a canção: Graças (247).
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[1] Organizador: POGIAN, Adevertir. Sermões e Mensagens bíblicas: Que darei ao Senhor?
[2017]. Disponível em: <http://adevertir.blogspot.com.br/2017/11/que-darei-ao-senhor-1-possoretribuir-ao.html>. Acesso em: 28 nov. 2017.
[2] Cf. BÍBLIA. Salmo. Português. A
Bíblia Sagrada. Antigo e Novo Testamento. Nova Versão Internacional. 1. ed.
reimp. [S.l.]. Bíblica, 2000. Cap. 116, p. 491.
[3] Segundo a Biblioteca Bíblica (2017), é ainda um dos
“salmos de páscoa” (SI 113— 118). Talvez canto por Jesus quando “celebrou a
Páscoa com eles [discípulos] (Lc 22.15) ”. Mais osbre cf. BIBLIOTECA BÍBLICA.
Significado de Salmo 116. [2007]. Disponível em: <https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/08/significado-de-salmos-116.html>. Acesso em: 24 out. 2017.
[4] Cf. Bíblia de Estudos Andrews (2015, p. 787). Detalhes
ver: BÍBLIA. Português. Biblia de Estudos Andrews.
Tradução Cecília Eller Nascimento. 1. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,
2015.
[5] Cf. (CBASD, 2012, v. 3, p. 995). Ainda descreve que, “Na
LXX, o Salmo 116 é desmembrado em dois salmos: 114 (v. 1-9) e 115 (v. 10-19;
ver p. 707) ” (CBASD, 2012, v. 3, p. 995). Mais detalhes conf.: COMENTÁRIO
BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA: A Bíblia sagrada com o comentário exegético e
expositivo.1.ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2012 (Série Logos, v.3).
[6] Veja a Bíblia de Estudos Genebra (2009, p. 778).
Detalhes ver BÍBLIA. Português. Biblia
de Estudos de Genebra. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São
Paulo: Cultura Cristã, 2009.
[7] Cf. Biblioteca Bíblica (2017).
[8] Cf. Derek Kidner (1984, p. 424). Ver mais DEREK
KIDNER, M. A. Salmos 73-150:
Introdução e Comentário aos Livros III a V dos Salmos. Tradução: Gordon Chown.
1 ed. reimp. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1984. (Série Cultura Bíblica).
[9] Ibid., Biblioteca Bíblica (2017).
[10] Ou “"vão é o socorro do homem” (Sl 60:11, ARA). Ver mais cf. DAVIDSON,
F. (Org.). O Novo Comentário da Bíblia. 3. ed. Reimp. São Paulo: Vida
Nova, 1997, 974. Veja ainda (CBASD, 2012,
v. 3, p. 996).
[11] Ibid., Bíblia de Estudos Andrews (2015, p. 787).
[12] Strong (2002, p. 7725).
Detalhes cf. STRONG. IN:
JAMES. Léxico Hebraico,
Aramaico e Grego de Strong. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2002. Disponivel em: <http://www.cenovalianca.com.br/biblia/dicionario
biblicostrong.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017.
[13] Ibid., Strong, (2002, p. 8408).
[14] Ibid., Bíblia de Estudos Andrews, (2015, p. 787); ver ainda (CBASD,
2012, v. 3, p. 996).
[15] Cf. Allen e Baigent, 2008, p. 878-879), mais detalhes cf. ALLEN,
Leslie C.; BAIGENT, John W. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo
Testamento / editor geral F. F. Bruce; tradução: Valdemar Kroker. São Paulo:
Editora Vida, 2008.
[16] Veja Derek Kidner (1984, 424, 425), detalhes ver: DEREK KIDNER, M.
A. Salmos 73-150: Introdução e
Comentário aos Livros III a V dos Salmos. Tradução: Gordon Chown. 1 ed. reimp.
São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1984 (Série Cultura Bíblica).
[17] Ibid., Allen e Baigent (2008,
p. 879), Derek Kidner (1984, p. 424-425) e Davidson (1997, p. 973); cf. detalhes:
DAVIDSON, F. (Org.). O Novo Comentário da Bíblia. 3. ed. Reimp. São Paulo: Vida Nova, 1997.
[18] Strong. (2002, p. 7999).
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