A FÉ QUE SOBREPÕE O MUNDO[1]
“O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura
era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo
de Dura, na província de babilônia” (Daniel 3:1, ACF).[2]
Deus em Sua Onisciência,
Onipresença e Onipotência de tudo sabe e quando Ele revela algo a alguém ou ao
seu povo é para ser cumprido, ou deverá se cumprir no decorrer da história. E,
por mais que o homem incrédulo tente mudar o percurso da história, ao fim Deus
é honrado pelo testemunho dos seus fiéis adoradores. Nabucodonosor procurando
exaltar seu ego, seu reinado no império Babilônico, tentou desafiar a Soberania
divina a ponto de erigir para si uma estátua de puro ouro capaz de obrigar (decreto)
a quase todos os seus subordinados a adorá-la! Estátua essa, que representava
seu reino eterno (Dn, 3), criada por ideias de homens; em contraste, vemos a
estátua de (Dn, 2), sonho dado por Deus a esse Rei, e Daniel interpretou os
detalhes deste sonho.
Perguntas para consideração:
1- Como se daria o desfecho dessa
história?
2- Mediante a prova de fé está o
real cristão desamparado?
3- O que levou Sadraque, Mesaque
e abede-Nego a serem fiéis mesmo ante o risco da perda de vida, serem lançados
na fornalha ardente?
4 Que lições podemos extrair
através do testemunho desses homens no contexto de adoração ao verdadeiro Deus?
II. A FÉ REAL ENFRENTA A
PROVOCAÇÃO (Dn 3:1-12)
1.1 Cabeça de ouro x Estátua de ouro (Dn 3:1). O rei desafia a soberania divina (exaltação
própria). Seria de fato o seu reino eterno? (Dn 2:32, 38; Jr 27:6,7).[3]
a) Sua estátua é erigida no campo de Dura. Sua altura era de sessenta côvados” (Dn 3:2,
ACF) = aprox. (36m de altura) por “largura de seis côvados” (Dn 3:2, ACF),
equivale a (3, 60m largura).[4] Imitação do real símbolo que Daniel lhe
mostrara (Dn – 2).
b) Seu objetivo: sobrepor o reino de Deus (Dn 2:44, 45). Visto que a mesma palavra é encontrada em
(Dn 3:1-3, 5, 7, 12, 14, 18). Ele era um rei corrupto, sua imagem era pérfida.
c) O Decreto de adoração a estátua (Dn 3:2-7). O Rei agiu com engano (povo – realidade do
trono) tal como Satanás, o pai da mentira (Jo 8:44), demonstrou oposição direta
contra Jesus (Jo 14:6) o mesmo é visto no Apocalipse (Ap 12; 13:12, 15),
imposição de autoridade política e religiosa. Em síntese temos aqui: um homem
que se diz soberano com poder mundial, decreto ecumênico, obediência e adoração
pela força (imagem falsa), tempo de tribulação, seguido de um decreto de morte
e por fim se vê um grande livramento da parte de Deus.
d) Acusados pelos (astrólogos): Sadraque, Mesaque e Abednego (Dn
3:8-12). Eles “não
fizeram caso de ti [Rei]. A teus deuses não serviram, nem adoram a estátua de
ouro que levantaste” (Dn 3:12, AEC). Não se dobraram diante da estátua,
adoraram a Deus (Êx 20: 3-5; Lc 4:8; Mt 4:10). “O Seu Deus era o Rei dos reis e
Senhor dos Senhores; a nenhum outro se curvariam” (PR, p. 258). Escolhas de
consequências eternas (vida/morte).
III. A FÉ REAL CONFESSA A DEUS (Dn 3:13-18)[5]
1. A ira do rei se acendeu, foram interrogados (Dn 3:13-14). O rei conhecia o verdadeiro Deus desses
homens, no passado reconheceu ser Ele “o Deus dos deuses, e o Senhor dos
reis” (Dn 2:47, ARA).
2. O deboche e o desafio do rei contra Deus (Dn 3:15a). O Rei estava anestesiado
em sua arrogância própria “quem é o deus que vos poderá livrar das minhas
mãos? ” (Dn 3:15; ARA), parece cometer o mesmo erro de Senaqueribe (Is
37:10). Agiu de má fé contra aqueles judeus (Dn 2:46-49), tentou induzi-los ao
erro.
3. A chance de se render ao erro (Dn 3:15b). Condição: Adorar a Deus ou seguir a vontade
humana (At 5:29)?
4. O testemunho de fé ante a prova (16-18). Não
adoraram a estátua: “...não
serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3:18, ACF)
IV. A FÉ REAL DEIXA O INIMIGO DESCONCERTADO (Dn 3:19-25).
2. Providência divina na fornalha ardente (Dn 3:20-25). O rei viu um quarto homem andando na fornalha:
“Semelhante ao Filho de Deus” (Dn 3:25, ACF; cf. ainda KJV), ou seja,
Cristo estava andando junto aos três judeus.
a) “Como sabia o rei pagão a que era semelhante o Filho de Deus? Os cativos hebreus que ocupavam posição de
confiança em Babilônia tinham representado a verdade diante dele na vida e no
caráter. Quando perguntados pela razão de sua fé, tinham-na dado sem hesitação.
Clara e singelamente tinham apresentado os princípios da justiça, ensinando
assim aos que lhes estavam ao redor a respeito do Deus a quem adoravam. Eles
tinham falado de Cristo, o Redentor vindouro; e na aparência do quarto no meio
do fogo, o rei reconheceu o Filho de Deus”[7] (PR, p. 259)
b) Na provação ali estava Deus (Isaías 43:2-3).
V. A FÉ REAL RATIFICA AS PROMESSAS (Dn 3: 26- 30).
1. O rei não aceita, mas reconhece a Soberania de Deus (Dn 3:26/2:47;
4:2).
E, pede para que eles saiam da fornalha.
2. Todos foram testemunhas dos fatos, o fogo nada lhes fizera (Dn 3:
18, 27; 6:22; Lc 21:17-18).
3. O novo decreto do rei ante à Soberania de Cristo (Dn 3:28-30). “...não há outro Deus que possa livrar como
este [dos judeus]” (Dn 3:29,
AEC).
4. Honrados por Deus (Dn 3:30). “...O rei fez prosperar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, na província da
Babilônia” (Dn 3:30, AEC).
VI. APELO DIVINO
1. Deus anseia ter um povo que o adore “em espirito e em verdade”
(Jo 4:23, ACF) e que independente das circunstâncias, seja capaz de dar provas
convincente que a Ele serve, ainda que para isso suas vidas sejam ceifadas (Ap
12:11). Um remanescente capaz de não se vender nem negociar ao Seu Deus, mas
que mediante o inacreditável seja capaz de confiar que no tempo certo Ele virá
como defensor daqueles que de fato o amam e guardam os seus mandamentos.
Material em PDF: A Fé que Sobrepõe o Mundo
Material em PowerPoint: A Fé que Sobrepõe o Mundo
[1] Organizador: POGIAN, Adevertir. Sermões e Mensagens bíblicas: A fé que sobrepõe o mundo. [2017].
Disponível em: <http://adevertir.blogspot.com.br/2017/11/a-fe-que-sobrepoe-o-mundo1.html>. Acesso em: 29 out. 2017.
[2] BÍBLIA. Português. Daniel. A Bíblia Sagrada.
Antigo e Novo Testamento. Traduzida por João Ferreira d e Almeida. São Paulo:
Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995. Cap. 3, p. 954.
[3] Detalhes cf. BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos
Andrews. Tradução: Cecília Eller Nascimento. 1. ed.Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2015, 1103. Ver ainda White (2007, p. 256-258).
[4] A versão bíblica NVI traz: “imagem de ouro de vinte e
sete metros de altura e dois metros e sessenta centímetros de largura” (Dn 3:1,
NVI). Expõe ainda que, o côvado equivale a medida de 45 centímetros em seu
comentário. Mais detalhes ver: BÍBLIA. Daniel. Português. A Bíblia Sagrada.
Antigo e Novo Testamento. Nova Versão Internacional. 1. ed. reimp. São Paulo:
Bíblica, 2000. Cap. 3, p. 681.
Um detalhe a ser
acrescentado é que o número 60 e 6, trata-se de uma contagem sexagenal, aponta
para símbolo de imperfeição, desobediência a Deus, etc.
[5] Detalhes cf. White (2007, p. 259).
[6] Segundo o Comentário Bíblico Adventista (2013, v. 4,
p. 863), “Sete vezes mais” (Dn 3:19, ARA), “aramaico chadshih'ah, literalmente,
“um sete”, cujo
Significado é “sete vezes”.
Detalhes ver COMENTÁRIO
BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA: A Bíblia sagrada com o comentário
exegético e expositivo. 1. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013.
(Logos, v. 5).
[7] Ver (WHITE, 2007, p. 259). Mais detalhes cf. WHITE,
Ellen G. Profetas e Reis: aprendendo com os erros e acertos do povo de
Deus. Tradução de Carlos A. Trezza. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007,
256-261. Cf ainda o livro História da Redenção de Ellen G. White (RH 3-5-1892).
Sobre o Filho dos deuses ou Filho do homem, cabe destacar que, Conforme o
Comentário Bíblico Adventista (2013, v. 4, p. 863, 864), “Antigos intérpretes
cristãos (Hipólito, Crisóstomo e outros), por outro lado, viram neste quarto
personagem a segunda pessoa da Divindade” [...] A palavra aramaica 'elahin,
"deuses", é o plural de 'elah, "deus". Em alguns casos em
que se usa 'elahin, faz-se referência a deuses pagãos (Dn 2: 11, 4 7; 5:4, 23)
... ’elahin pode ser interpretado como se referindo ao verdadeiro Deus (Dn 5:
11, 14). Portanto, a tradução "Deus" (ACF, KJV) para 'elahin se justifica
quando se estabelece que Nabucodonosor estava empregando o termo como um nome
próprio. Do ponto de vista gramatical, ambas as traduções "semelhante ao
Filho de Deus", e, "semelhante a um filho dos deuses", estão
corretas”. Mais sobre a controvérsia de ser o “filho de Deus” (ACF) ou o um
anjo (LXX, NVI, ARC, NTLH), etc. ver: Comentário Bíblico Adventista (2013, v. 4,
p. 863).
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