O NOSSO DEVER PARA COM DEUS E PARA COM O NOSSO PRÓXIMO[1]
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o
que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual
dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?
Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus,
sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos
céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? Tudo quanto, pois, quereis que os
homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas” (Mt 7:7-12 - ARA).[2]
(Foto: Adevertir Pogian)
I. INTRODUÇÃO
Para muitos, a
oração não passa de uma ferramenta de socorro urgente. Outros, não vê nela um
valor intrínseco. Mal sabem estes e demais pessoas, que a mesma liga o homem ao
seu Criador; alivia a carência do desacreditado, e conforta o desesperançado.
Pedir como quem está sedento por água num deserto estéril. Buscar
incessantemente como alguém que perdera uma pérola de alto valor, o bem mais
precioso. Bater na certeza de que, ali a sua frente estão as infinitas bênçãos
que o pecado arrancou; acreditando naquele que abriu aporta fechada, e deu
acesso direto ao Pai celestial. Sim! A oração, nos incentiva a bater para do Pai
receber. A oração para o céu. Crendo você ou não, a oração tem valor e está à
disposição de todos.
II. BUSCANDO UMA MAIOR COMPREENSÃO DO ASSUNTO
De modo geral,
após expor os altos ideais do reino dos céus (Mt 5: 21-7:6), Jesus introduz
uma das partes finais de seu sermão do monte a exibir os meios nos quais os
cidadãos de seu reino podem fazer com que estes sublimes valores sejam parte de
sua vida (Mt 7: 7-12) “enfatiza a graça de Deus e do ensino de Cristo quanto a
ansiedade”[3].
Deste conteúdo, é possível extrairmos algumas lições[4]:
A) O NOSSO DEVER PARA COM DEUS (Mt 7:7-11).
1. Uma Ordem. Buscai diligentemente a pretensão [vontade] do Pai
(Mt 7.7).
1.1
“Buscar” no sentido de procurar a
fim de encontrar. Pelo pensamento, meditação, raciocínio, através da
investigação minuciosa e enfática; na ideia de empenhar-se, de se comprometer
diretamente, está disposto a pagar o preço persistindo e não desistindo[5].
Sobre tudo, buscar na certeza de que, “os anjos de Deus estão subindo, levando
as orações dos necessitados e aflitos ao Pai em cima, e descendo, trazendo
bênçãos e esperança, ânimo, auxílio e vida aos filhos dos homens”. (DTN, p. 91)[6].
1.2
Os três imperativos. “Pedi” (Gr. aiteo =
suplicar), “buscai” (Gr. Zeteo= procurar a fim de encontrar) e “batei” (Gr.
Krouo= bater na porta)[7],
para que suas deficiências sejam supridas pela provisão divina. Os três
imperativos estão em ordem crescente, e suas formas contínuas sugerem, além da
perseverança, oração frequente por toda e qualquer necessidade”[8].
2. Uma certeza. Cristo manifestará sua pretensão [vontade], se a Ele pedirmos
(Mt 7:8).
2.1 Pedir
no sentido de “Suplicar”. Como uma criança faminta, que suplica ao pai, pela
comida que não tem! Quem sabe, implorar por compaixão desesperadamente.
2.2
Como Ana. Que pediu, confiou e
recebeu (I Sm 1:9-28).
2.3
Como fizeram os Apóstolos. Nas prévias do derramamento do Espírito Santo por 10
dias, e logo, granjearam as bênçãos advindas do céu o “Espírito Santo” e
testemunharam. (Atos 1:14; 2:1-4);
2.4 Como
cada Cristão justo. Utiliza o poder da súplica. (Tg 5:16). “Nossas orações
devem ser tão fervorosas e persistentes, quanto a petição do amigo necessitado
que solicitava os pães à meia-noite. Quanto mais sincera e perseverantemente
pedirmos, tanto mais íntima será nossa união espiritual com Cristo. Receberemos
maiores bênçãos, porque possuímos maior fé” (PJ, p. 146)[9].
2.5 Como àquele que ora com fé e crê. Sem sentimentalismo, é
certeza! (Heb. 11:1). “Nossa parte é orar e crer. [...] “Somos cooperadores de
Deus” [NVI][10]
(PJ, p. 146; 1 Cor 3:9)[11]
3. Uma comparação. O Pai celeste é (Santo), o ser
humano (pecador), Ele fará muito mais pelos seus filhos; se somos maus e damos
a eles “boas dádivas”, por que daria Ele menos. (Mat 7:9-11).
3.1 Os que pedem não serão explodidos. Deus não é mesquinho com os
dons do céu. Não trata com os homens como eles se tratam entre si (vers. 1-6),
mas sim é bondoso e misericordioso.[12]
Eis a promessa: “...todas
as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.” (Mc 11:24 - NVI)[13] “Portanto, insistamos em nossas petições ao Pai em nome
de Jesus. Deus honrará esse nome”. (PJ, p. 148).[14]
Não cansemos de Pedir (Jer 14:21).
3.2
“Qual dentro vós é homem?”[15] (Vs.9-10
- ARA)[16].
O homem por mais imperfeito que seja não é desumano e cruel aponto de dar a
seus filhos algo ruim[17]:
em lugar de um “pão, lhe dará uma pedra?” (v.9)[18].
Continua: em lugar de um “peixe, lhe dará uma cobra”? (v.10 - ARA)[19].
Fica claro, não se rebaixariam a tal proceder, muito menos provável era que o
Pai celestial o fizesse[20].
3.3 “Quanto
mais vosso Pai?”[21] (v.11a-ARA). Ao ensinar,
Cristo muitas vezes empregou o método de ir do menor ao maior. Neste caso, do
amor dos pais humanos ao amor imensamente maior do Pai celestial (Mt 6: 30).
Jesus toma o melhor da natureza humana e logo assinala aos homens o caráter
incomparavelmente maior de Deus[22].
3.4 “Dará
boas coisas”[23] (v.11b-ARA). Com o Pai os
meninos não se sentem restringidos quando querem pedir algo. Portanto, Não
devemos vacilar ao nos aproximar do Doador de "toda dádiva e todo dom
perfeito"[24] (Tg 1:17). “A oração não
se destina a efetuar qualquer mudança em Deus, deve elevar-nos à harmonia com
Ele”. (PJ, p.143).[25]
B) O NOSSO DEVER PARA COM O NOSSO PRÓXIMO (Mt 7:12).
1. Como
desejamos que nos tratem os outros, assim devemos trata-los. (Mt 7:12).
1.1
“Assim”[26].
Aplica a instrução anterior. (Mt.7: 7; Lc.6: 31). A prova da autenticidade da
religião é a maneira como o cristão trata a seu próximo (1 Jo 4: 20; Mt. 25:
31- 46)[27].
1.2
A regra de ouro. Resume as
obrigações da segunda tabela do Decálogo e é outra expressão do grande
princípio de amar ao próximo (Mt. 19: 16-19; 22: 39-40; 1 Jo 4: 21)[28]. “Um dos últimos mandamentos de Cristo aos discípulos,
foi: “Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós.”[29] (Jo 13:34). Obedecemos a este mandamento, ou cultivamos
rudes traços de caráter diferentes dos de Cristo?
Se causarmos de qualquer maneira dores e tristezas a outros, é nosso dever
confessar nossa falta e procurar reconciliação” (PJ, p. 144).[30]
1.3
Deus e o próximo. A atitude que assumimos para
com nosso próximo é a medida infalível de nossa atitude para com Deus (1 Jo 3:
14-16).
1.4
Ele transforma o negativo em algo positivo[31].
A regra de ouro[32] toma o egoísmo supremo, o
que quereríamos que outros fizessem por nós, e o transforma em suprema
abnegação, o que temos que fazer em favor de outros. Esta é a glória do
cristianismo. Essa é a vida de Cristo vivida nos que lhe seguem e levam seu
nome (Mt 5: 48).[33]
2.1
“Esta é a lei”[34].
Cristo nega enfaticamente que o princípio enunciado na regra de ouro seja algo
novo; é a essência mesma da lei tal como foi dada mediante Moisés a (Torah), e
o que escreveram os profetas. Quer dizer, todo o AT (Mt. 5: 17; Lc. 24: 44).[35]
2.3.Todo o
Sermão do Monte, desde (Mt. 5: 20-7: 11), ilustra a grande verdade do (v.12, a
regra de ouro). Depois de ter afirmado que não tinha vindo a abolir os ensinos
de Moisés e dos profetas, Cristo expôs com detalhes sua atitude para com a lei
ao santifica-la e honrá-la (Is. 42: 21)[36].
III. CONCLUSÃO
Por meio da
renúncia diária e fé nAquele que tudo fez, vivendo nos limites da fé, por meio
da oração nos achegamos a Deus, o que resulta em aproximação daqueles que estão
a nossa volta; se dissemos que queremos o melhor para nós devemos também
desejar o melhor aos outros; aos nossos semelhantes. O autêntico Cristão, é
aquele que ama de verdade ao próximo, do contrário quando há ausência de amor
ao próximo, também existe uma distância real do Seu Criador. Pois, Ele ama a
homens maus, e, demonstra a eles sua grandiosa bondade (Mt 5:45-46; Jo 3:16,17).
Seguir o seu exemplo deve ser a tarefa central de todo Cristão.
IV. APELO DIVINO.
Deus deseja que sigamos suas normas,
e por meio delas nos aproximemos dEle e do nosso próximo. Anseia que por meio
da oração, as barreiras do pecado sejam quebradas diariamente. Almeja, que
amemos a todos sem pensar em recompensas, mas esperar do Pai celeste as
bênçãos! Deseja você ser uma pessoa de oração? Quer você observar a lei de
Deus, seguir a regra de ouro (o padrão da ética de Cristo) para poder viver bem
com Deus, com a pessoa amada, filhos, e com aqueles que lhe cercam?
Então, convido você a clamar a Deus,
pedindo a Ele socorro, auxilio por meio de uma ardente súplica.
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[1] Organizador:
Adevertir Pogian.
[2] BÍBLIA,
Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no
Brasil. Ed 2 – São Paulo, Sociedade Bíblica do Brasil, 2014, 637.
[3] BÍBLIA, de
Estudos Andrews. Tradução: Cecília Eller Nascimento. São Paulo: CPB, 2015,
1244.
[4] O
esboço que se segue tem por base: WILLMINGTON
H. L. A Bíblia em Esboços. Tradução: Eros Pasquini Junior. São Paulo: Editora
Hagnos, 2001, 464.
[5] D.
B. STRONG. Léxico Hebraico,Aramaico e
Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002, 2212.
[6] Conf.
Ainda mais em: WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações: O amor de Deus
revelado através de Jesus Cristo. Tradução: Isolina A. Waldvogel. Ed.1 – São Paulo:
CPB, 2001, 91.
[7] Ibid., D. B.
STRONG. Léxico Hebraico, Aramaico e
Grego de Strong, pgs. 154, 2212, 2925.
[8]
Confira o Comentário Bíblico de Moody, na página - 32.
[9] WHITE,
Ellen G. Parábolas de Jesus. Tradução: S. Júlio Schwantes. Ed. 12 – São Paulo:
CPB, 1999, 146.
[10]
BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. Ed. 1 – São
Paulo: Bíblica, Brasil, 2000, 893.
[11]
Ibid., WHITE, Ellen G. Parábolas de Jesus, 146.
[12]
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5.
Editor da versão em Inglês: Francis D. Nichol, editor da versão em português:
Vanderlei Dorneles. Ed. 1 - São Paulo, Casa Publicadora Brasileira, 2013, 370.
[13] Ibid.,
BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional, 782. Ver ainda:
(Jo 14:13; 1 Jo 5:14,15)
[14]
Ibid., WHITE, Ellen G. Parábolas de Jesus, 148.
[15] Ibid. BÍBLIA,
Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, 637.
[16] Ibid.
BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, 637.
[17]
Ibid., C.B.A.S.D. Série: Logos;
v.5, 370.
[18] Ibid., BÍBLIA,
Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, 637.
[19] Ibid., BÍBLIA,
Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, 637.
[20] Ibid.,
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5,
370.
[21] Ibid. BÍBLIA,
Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, 637.
[22] Ibid.,
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5,
370.
[23] Ver: versão –
ARA., p. 637.
[24] Conf. Versão
ARA., p. 816.
[25]Ibid., WHITE,
Ellen G. Parábolas de Jesus, 143.
[26] Veja: Versão –
ARA, p. 637.
[27] Ibid.,
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5,
370.
[28] Ibid.,
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5,
370.
[29] BÍBLIA,
Português. A Bíblia Sagrada.
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Edição Corrigida e
Revisada Fiel ao Texto Original. Ed. 1 – São Paulo, Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil, 1995, 1163.
[30] Continua, “Esta é uma preparação essencial para nos podermos achegar pela fé a
Deus para Lhe solicitar as bênçãos” (PJ, p.144).
[31] Ibid., BÍBLIA,
de Estudos Andrews. Tradução: Cecília Eller Nascimento, 1244.
[32] Ver: expressa
em termos negativos e positivos em inúmeras crenças e tradições tais como: “hinduísmo, o budismo, o confucionismo e os
ensinos étnicos gregos e romanos”. O certo mestre rabino Hillel mui
conhecido declarou a regra na forma negativa a um inquiridor gentio: “Aquilo que lhe é detestável, não faça a seu
próximo; toda a Torah se resume nisso, o resto é comentário; vá e aprenda”
(Shabbath, 31.a Ed. Soncino, Talmude, p. 140) ver em: Ibid., BÍBLIA, de Estudos
Andrews. Tradução: Cecília Eller Nascimento, 1244. Conf. ainda: Ibid., C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5, 371.
[33] Ibid.,
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5,
371.
[34] Conf. Versão –
ARA, p. 637.
[35] Ibid.,
C.B.A.S.D. Série: Logos; v.5,
371.
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