NO AMOR DO PAI[1]

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:15-17, NVI[2]).

(Foto/Montagem: Adevertir Pogian)
I. INTRODUÇÃO

Sobretudo, João destaca dois aspectos principais: o amor ao mundo em contraste com o amor a Deus. Ele apresenta o problema do “mundanismo” na vida do cristão, o qual motiva-o a escolher as coisas fúteis da vida e como resultado induz o indivíduo a rejeitar as coisas do céu, o amor do Pai, Sua graça, misericórdia e Seu reino. O mundo presente passará e com ele suas propagandas; assim, aqueles que optam por fazer a vontade de Deus alimentam-se de Sua graça, do “Espírito do Senhor [Jesus]” (2Co 3: 16, 17, ARA; cf. Rm 8: 1, 2), são “transformados, de glória em glória, na sua própria imagem[3], como pelo Senhor, o Espírito [Espírito Santo[4]]” (2Co 3:18, ARA), até que mui breve quando Cristo voltar estarão para sempre com Ele.

1. Mediante qual condição se pode amar a Deus e rejeitar o mundo?
                                                                                                           
2. O que leva o cristão a ambição mundana?

3. Como é possível fazer a vontade de Deus e nEle permanecer?

Vejamos a seguir!

II. ANALIZANDO O CONTEXTO

1. O “anticristo”. Inspirado por Deus, João apresenta antes de tudo a pressão sofrida pelos cristãos primitivos quanto a interferência do iníquo o “anticristo” (1Jo 2:7,13, 14, 18; 5:18, ARA; cf. Dn 7:25, 26; 8:23-25; Mt 24:4, 5; 2Ts 2:3, 4; 2Tm 3:1-8; Ap 13:1-6).[5]

2. Os “anticristos” (1Jo 2:18, ARA). Estes antecediam o “anticristo”, eram (falsos mestres, apostatas – gnósticos) agiam sob influência de espíritos malignos, eles trabalhavam contra a igreja de Deus já naquele tempo, criavam oposição (1Jo 4:3).[6]

3. João dirige aos seus leitores como “filhinhos meus” e a si mesmo como “ancião” (1Jo 2:1, 12-13, 18, 28; 3:7, 18; 4:4; 5:21, ARA; cf. 2Jo 1; 3Jo 1).[7]

4. Traz um alerta aos cristãos. Viver para amar Deus e não o mundo, visto que o mundo passará, mas os que escolhem o Senhor e seu reino viverão eternamente.

III. NO AMOR DO PAI

1. Não amem o mundo, amem a Deus (1Jo 2:15). Nesse contexto, há duas coisas em conflito, o “amor ao mundo” e o “amor a Deus”; não se pode ter as duas coisas (Mt 6:24; Tg 4:4). A concordância com o mundo é risco; expõe Ellen G. White: “A conformidade aos costumes mundanos converte a Igreja ao mundo, jamais a Igreja converte o mundo a Cristo” (GC, p. 509).[8]

a) Amar a Deus. É impossível amar a Deus sem tê-lo aceitado de todo o coração, sem ter nascido do alto (Jo 3:3,7), isto é, mente e coração transformados (Lc 19:8-10; Rm 8:4-7). Quem de fato está ligado a Deus o vê como “a fonte do amor” (1Jo 4:7-8, 19, AEC; cf. 1Co 12:31; 13:1-13), reconhece que Ele cura suas debilidades e feridas (1Jo 4:9-10, 14-19; 5:18, 19; 1Pe 2:24).

b) Amar o mundo. O mundo é sinônimo de tudo o que é oposto a Deus (1Jo 5:19; Jo 1:10)”.[9] O “mundo” tem a missão de eliminar Deus como governante. Há aqui uma advertência ao cristão (vindicação moral), pois o “mundo” passando está (1Jo 2:17). Brevemente aqueles que estão contra Deus receberão a sentença do julgamento e a destruição (Jo 12:31). Do contrário, os que se posicionam ao lado de Jesus e aceitam Sua palavra (Jo 17:14), dEle salvação recebem e por fim obterão vida plena em Seu nome.

2. “A cobiça da carne [...] ostentação dos olhos” (1Jo 2:16, NVI).  João trata do risco de se alimentar a “natureza pecaminosa”, os desejos humanos; essas são características daqueles que amam o “mundo”, anseiam honrarias momentâneas, a curto prazo (Mt 16:26; Lc 6:24-26), mas estes se decepcionam, pois, passará “o desejo pelo que é proibido”, “a luxúria”, a “concupiscência” (1Jo 2:17, ARA).

3. Vale apena ser fiel a Deus e nEle esperar (1Jo 2:17). Relata João que, “aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (v. 17, NVI). Ou seja, por saber esperar no Senhor recompensa se alcançará quando chegar o tempo certo (Lc 6:20-23).

1)  Implica real obediência a Cristo e aos seus mandamentos (Jo 14:21).

2) Quem escolhe o mundo com ele passará. Pedro parece ilustrar o que significa a “humanidade” (Gr. carne[10]), ele expõe: "toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva; a relva murcha e cai a sua flor” (1Pe 1:24, NVI, cf. 1Co 7:31).

3) Vale apena fazer a vontade de Deus. João encerra dizendo: “Permanece para sempre” (1Jo 2:17, NVI, cf. 1Pe 1:25). Ou seja, enquanto espera o regresso do Senhor é sustentado por Ele, e como resultado da fé nEle depositada, herdarão o “reino dos céus” (Mt 7:21, NVI).

a) Não se trata daqueles que usam de hipocrisia (Mc 7:6), falsidade, duplicidade (Ez 33:31-32; Tt 1:16) e coração maligno (Pv 26: 23; Is 48:1).

b) João fala aqui daqueles que não se conformam com este mundo, mas que procuram renovar sempre sua vida com Deus (Rm 12:2), pensam nas coisas do alto (Cl 3:1), medita na graça divina, logo abandona os prazeres do mundo (Tt 2:11-12).

IV. CONCLUSÃO E APELO DIVINO

1.  O mundo em que o cristão está atualmente inserido é hostil. Se o crente não vigia, torna-se escravo dele e principalmente do mal.

2. Quem ama a Deus, rejeita os convites do mundo. Visto que seu alvo é Cristo a pátria do cristão é o lar celestial (Hb 11:15-16; 1Pe 2:11). Estes olham para Jesus e nEle depositam sua certeza de vitória (Nm 21:9; Jo 3:16; Hb 12:1, 2).

3. Aqueles que desejam amar o mundo com ele perecerá. Tudo o que o mundo tem a oferecer são coisas passageiras e “inútil” (Ec 2:11, NVI); não vale apena olhar para traz como fizera a mulher de ló (Gn 19:26).

a) A mente carnal está destinada a destruição. Deus não compactua com os desejos insanos (Rm 1:28; 8:7, Ef 4:17; Cl 1:21; 2:18 e Tt1:15; 1Jo 2:17).

4. Vale apena fazer a vontade de Deus. Quem se derrama mediante a graça divina e nela permanece, é fortalecido e herdará a grande recompensa: a vida eterna.

5. Anseia você amar a Deus e rejeitar os convites do mundo? Deseja ainda se submeter a Ele e a Sua vontade? Quer você herdar o paraíso eternal?

a) Olhe para as coisas do alto;

b) Pratique aquilo que agrada ao Senhor;

c) Deixe Deus ser o cerne do seu viver;

d) NEle persevere, pois ao fim, o sonho de uma vida de paz será realidade.

6. Que Deus lhe abençoe!


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[1]Ver Organizador: POGIAN, Adevertir. Sermões e Mensagens bíblicas: No amor do Pai. [2017]. Disponível em: <http://adevertir.blogspot.com.br/2017/12/no-amor-do-pai1.html>. Acesso em: 2 dez. 2017.
[2] Cf. BÍBLIA. 1 João. Português. A Bíblia Sagrada. Antigo e Novo Testamento. Nova Versão Internacional. 1. ed. reimp. [S.l.]. Bíblica, 2000. Cap. 2, p. 965.
[3] Transformados a mesma imagem de Deus na qual Adão foi criado a princípio no Éden (Gn 1:26).
[4] “Senhor, o Espírito” (2 Co 3:18, ARA) aponta para o “Espírito Santo” como divindade, esclarece ainda Sua personalidade quando se refere ao termo “Senhor” cf mais (Mt 28:19; Jo 14:16-18; At 5:3, 4).
[5] Cf. Bíblia de Estudos Andrews (2015, p. 1633), A ideia de anticristo aqui pode se referir aquele que aparecerá antes do regresso de Cristo. Esse anticristo atua em lugar de Cristo. 
[6] Segundo a Biblioteca Bíblica (2017) “os anticristos” (1Jo 2:7, 18, ARA), talvez fossem influenciados pela filosofia grega, incluindo o primitivo gnosticismo, cujos adeptos afirmavam ter conhecimento especial de tipo místicos da parte de Deus. [...] João trata extensivamente de três temas: pecado amor e o anticristo. Detalhes cf. BIBLIOTECA BIBLICA. Introdução Bíblica: Livro de 1 João. [2017]. Disponível em:  <https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/06/introducao-biblica-livro-de-1-joao.html>. Acesso em: 2 dez 2017.
[7] Ibid., Biblioteca Bíblica (2017).
[8] EGW, Books. O grande Conflito: O Pior Inimigo do Homem, e Como Vencê-lo. [2017]. Disponível em: <http://ellenwhite.cpb.com.br/livro/index/1/505/510/o-pior-inimigo-do-homem,-e-como-vence-lo>.  Acesso em: 2 dez 2017.  
[9] Ibid., Bíblia de Estudos Andrews (2015, p. 1633).
[10] Ver BÍBLIA. Pedro. Português. A Bíblia Sagrada. Antigo e Novo Testamento. Nova Versão Internacional. 1. ed. reimp. [S.l.]. Bíblica, 2000. Cap. 1, p. 958

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