A LOUCURA DE DEUS
Série: Se o Meu povo orar[1]
Texto chave: “e se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”. (2Crônicas 7:14 – ARC).
Quarta Parte – Se Humilhar.
VIII. A LOUCURA DE DEUS
1. Texto para reflexão.
“Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é
loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha
fraco” (1Coríntios 1:27, NTLH).
2. A loucura de Deus. O
contexto de 1 Coríntios 1:27, é muito interessante, trata da vocação dos
primeiros conversos ao cristianismo, pessoas que eram humildes, alguns escravos
ou mesmo mulheres sem muita admiração diante da sociedade e, os cristãos de
Corinto não eram diferentes; na visão do mundo, eles eram pessoas
insignificantes, mas diante do Senhor eram valorosos, pois aceitaram a graça de
Cristo pela fé. Assim, o apóstolo Paulo evidência nitidamente que a identidade
e a constituição da Igreja se mantêm estável mediante o poder e a glória de
Deus não dos homens falíveis da terra. Ele que usa coisas “loucas” e “fracas”
para revelar ao mundo Seu amor e graça; não é pelas qualidades, virtudes ou obras
humanas que são consideradas incríveis que somos salvos, a salvação foi
oferecida por meio da morte de Cristo numa rude cruz, prova clara do
cumprimento daquilo que foi revelado no Antigo Testamento, o que para muitos
daquele tempo era uma vergonha, veio a se tornar as novas de salvação ao
pecador errante e condenado à morte eterna (Isaías 53; João 3:16-17; Efésios
2:1-7; 1Pedro 2:21-25). Tudo isto aconteceu dessa forma, “a fim de que ninguém
se glorie na presença de Deus” (1Coríntios 1:29, 31; Cf. Jr 9:24; Efésios 2:8-9).
3. A loucura da oração. Às vezes orar para ser algo muito genérico ou
mesmo uma espécie de ação insignificante; por vezes somos levados pelo inimigo
a duvidar de que por meio da oração nos comunicamos de fato com Deus e, que Ele
está desejoso em ouvir e atender as nossas preces segundo a sua vontade. Mas,
precisamos crer que vale apenas fazer uso da oração. Permita-me compartilhar
com você uma experiência pessoal com a oração.
Era o fim do ano de 2014, na
época eu estudava teologia pela Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA) e,
como a grande maioria dos estudantes eu colpotava nas férias para pagar meus
estudos; naquele ano não foi diferente, fui colportar. O local escolhido foi a
Cidade de Cuiabá- MT, acredite desde a saída de casa até a chegada no local e
também durante todo o período de trabalho levei a série a prática do jejum e a
oração; mas, fim da campanha de colportagem terminou e eu não havia alcançado o
meu objetivo de levantar os recursos necessários para poder continuar meus
estudos. Diante da frustração voltei para casa com um mísero valor de um
aluguel é um pouquinho de dinheiro para fazer um compra no supermercado; depois
que acabasse o valor não teria mais o que fazer se não desistir dos estudos
naquele semestre que estava começando. E, agora o que eu deveria fazer? Afinal,
não tinha ninguém entre os homens que pudesse me ajudar financeiramente pelo
menos em minha limitada visão humana.
Era domingo de manhã, olhei para minha esposa que lavava algumas peças
de roupas num pacata máquina, corri ao armário da cozinha para preparar o
almoço quando percebi que o mesmo estava vazio, pois ali não tinha alimentos e,
diante das circunstâncias decidi correr para o quarto e de joelhos clamei de
forma contrita pelo socorro do Senhor enquanto as lágrimas caiam dos meus
olhos. O dia estava chegando ao final, recebi uma ligação de uma amiga que em
lágrimas dia, depositei R$ 900,00 em sua conta na sexta-feira, depois desta
ligação fui a casa de um amigo e, ali recebi outra notícia: amigo fui muito
abençoado por Deus nas minhas férias como líder de colportagem e decidi
abençoar um amigo e, escolhi você; hoje pela manhã depositei, paguei lá na
FAAMA o valor de sua matrícula. Depois de tudo isto, fui selecionado para
trabalhar e pagar meus estudos; terminei o semestre com sucesso para a glória
do Senhor sem passar necessidades.
Precisamos compreender amigos,
como expressa Maxwell que, “Embora possa, às vezes, parecer fraca e tola, a
oração é o meio divinamente indicado pelo qual cooperamos com Deus para o
crescimento e expansão do Seu reino. É claro que Ele sabe o que necessitamos
antes que peçamos, mas Ele quer que venhamos a Ele e confessemos nossa
confiança em Sua habilidade de satisfazer todas as nossas necessidades”.[2]
Sobre isto, ressalta Ellen G.
White: “Coisa alguma é recusa à alma que sente a própria necessidade. Ela tem
ilimitado acesso Àquele em quem habita toda plenitude”.[3]
Precisamos compreender como
agrega Maxwell que: “É na oração que colocamos nossa sofisticação em compasso
de espera e reconhecemos que Deus sabe mais do que nós e que Ele “é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos” (Efésios
3:20)”.[4]
4. É hora de fazer as coisas
do jeito de Deus.[5]
Precisamos aceitar que agindo pelo comando de Deus as coisas acontecem:
·
Foi sob a palavra do profeta Eliseu da parte de
Deus que Naamã recebeu a cura da lepra, o que a princípio para ele era loucura
“mergulhar” sete vezes no rio Jordão para ficar curado, quando obedeceu a ordem
do Senhor foi por Ele curado (2Reis 5:1-19);
·
Foi através de Jejum, oração, louvor e confiança
total em Deus que o rei Josafá de Judá venceu uma batalha contra seus inimigos
Moabe e Amom (2Crônicas 20:1-30);
·
Foi por meio de Moisés que sendo submisso a Deus
com um cajado insignificante em mãos que o povo de Israel foi libertado do
cativeiro egípcio e todos puderam louvar em gratidão pela vitória concedida
pela Senhor (Êxodo 1:1-15:27);
·
Foi com uma “queixada de jumentos” que Sansão
destruiu “mil dos melhores soldados filisteus” que eram inimigos do povo de
Deus (1Samuel 17:40);
Há muitos outros exemplos que
poderíamos citar, mas creio que estes mencionados já nos ajudou para
compreendermos que: “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar
os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus
escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são,
para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença
de Deus”. (1Coríntios 1:27-29, ARA). Não somos nós, é Deus, Ele é que tudo pode
executar!
Creio piamente que Maxwell tem
razão quando diz: “Já é alto tempo de fazermos as coisas do jeito de Deus. Sei
que, às vezes, parece que nada acontece, que a oração é uma perda de tempo.
Porém, nada se perde quando obedecemos a Deus. Podemos ter “pescado” a noite
inteira sem apanhar nada, mas sob a palavra de Jesus (veja Lucas 5:5),
lançaremos as redes do lado direito do barco (veja João 21:6). Vamos tentar mais uma vez do jeito dEle, e
orar, e ver o que acontece. Poderemos receber muito mais do que as fracas redes
de nossa fé podem reter”.[6]
5. Desafio. Fazer um voto
de compromisso com Deus: confessando diariamente a Ele de coração sincero nossa
falta de fé que às vezes sobressai diante do Seu poder Onipotente de agir
quando a Ele recorremos em oração.
Refletir todos os dias na seguinte declaração:
“Senhor, confesso que tenho
usado a oração mais pelo senso de obrigação do que pela sincera crença de que
ela faria uma diferença real. Quando minha consciência me convence a orar, eu
corro atrás de frases bem ensaiadas para me sentir que fiz minha parte. Mas
isso tem que acabar. Compreendo agora que meu próprio orgulho e incredulidade
têm me privado de uma rica e significativa vida de oração. Agora eu vejo que
aquilo que me parece fraqueza e loucura é exatamente o que Deus usa para
demonstrar Sua sabedoria e poder. Ensina-me a agarrar com firmeza a “loucura de
Deus”. Ajuda-me a buscar-Te humildemente em oração. Afasta-me do atoleiro de
frases enfadonhas e das palavras de falsa santidade e guia-me a uma comunhão de
coração a coração contigo. Encontra-Te comigo, Jesus, sobre os meus joelhos, e
mostra-me a Tua glória. Sem Ti não poderei fazer nada”.[7]
[1]
Adaptado por Adevertir Pogian da obra de Randy Maxwell, Se meu povo orar
(Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), p. 12-172. Disponível em:http://adevertir.blogspot.com/2021/04/a-loucura-de-deus.html.
[2]
Ibid., Marwell, Se meu povo orar, p. 72.
[3] Ellen
G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1988), p. 283.
[4]
Ibid., Marwell, Se meu povo orar, p. 73.
[5] Detalhes,
cf. (Maxwell, Se meu povo orar, p. 73-75).
[6] Ibid.,
Marwell, Se meu povo orar, p. 77.
[7] Ibid.,
Marwell, Se meu povo orar, p. 77.
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