PARA DEUS E DEUS SOMENTE
Série: Se o Meu povo orar[1]
Texto chave: “e se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”. (2Crônicas 7:14 – ARC).
Sexta Parte – E Buscar a Minha
Face.
1. Texto para reflexão: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o
vosso coração.” (Jeremias 29:13, ARA).
2. Significado da palavra
“buscar” e implicações. A frase: “E buscar a minha face” (2Crônicas 7:14,
ARC) traz uma riqueza extraordinária! O termo “buscar” quando acompanhado da
palavra “face” é muito profundo; do hebraico (baqash e paniym/paneh) podem ser
traduzidos como “buscar”, “desejar”, “requerer”, “consultar” (ver 2Crônicas
12:14; 14:4 e 7; 15:12; 16:12; 17:4; 18:4 e 7; 19:3; 20:3; 22:9; 25:15 e 20;
26:5; 30:19; 31:21; 34:3, 21 e 26; 1Crônicas 10:13-14; 13:3; 15:13; 16:11;
21:30; 22:19; 28:9); de forma mais específica, aponta para: “procurar a face”, “a
presença pessoal de Deus” em adoração com fidelidade e total fervor (1Crônicas
16:10-11; 2Crônicas 11:16; 15:4 e 15; 20:4). Maxwell evidencia: “buscar a face
de Deus” tem que ver com “simplesmente buscar o próprio Deus acima de qualquer
outra coisa. Deixar que os propósitos, prioridades e agenda de Deus tenham
prioridade em nossa vida.”[2]
Acredito que a realidade do povo
de Deus no cativeiro Neobabilônico ilustra bem a situação. Eles haviam ido para
o cativeiro como resultado do afastamento de Deus, pois deixaram de busca-Lo de
“todo o coração” como Ele os haviam orientado junto ao próprio Salomão em
2Crônicas 7:14; viveram uma vida de hipocrisia e tinham deixado de lado Suas
Leis e orientações. Mas, o Senhor continuava amando e buscando conduzi-los de
volta aos seus braços e, foi dentro deste contexto que Ele declarou:
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”
(Jeremias 29:13). Do que o Senhor estava falando?
·
Jeremias pontua a certeza de um “Deus presente”
nas questões humanas: “Buscar-me-eis e me achareis [...] Serei achado de vós,
diz o SENHOR” (Jeremias 29:13a, 14a; cf. Levítico 26:39-42; Deuteronômio 4:7;
30:1-3; Salmo 32:6; 46:1; Isaías 55:6-7);
·
Ele aplica a condição divina: “de todo o
coração” (Jeremias 29:13b; cf. 1Crônicas 22:19; 2Cr 22:9; Jeremias 24:7), não
com fingimento, mas com real arrependimento, sinceridade e honestidade (Deuteronômio
6:5; João 4:23), o Seu povo deveria viver a comunhão diária com Ele, vê-Lo como
prioridade, depender dEle inteiramente nas demandas da vida (Mateus 6:33; João
15:5);
·
Resultado: Jeremias denota Deus como Resgatador:
“Farei mudar a vossa sorte” (Jeremias 29:14b). Ele cumpriria Sua promessa de
restaurar Judá, trazer de volta “de todas as nações” (Jeremias 29:14c) a sua
terra natal Jerusalém (Isaías 43:5-6; Jeremias 23:8; 32:37). Ele evidencia um
Deus relacional e disposto a tomar sobre Si as preocupações e dificuldades do
povo (Isaías 30:15; cf. 1Pedro 2:24-25). Ele aclara detalhes sobre um Deus que
conforta sobre fatos futuros: o povo não deveria sofrer com o dia do amanhã (Mateus
6:34), antes recorressem a Ele, pois dEle viria imensa “libertação providencial”
tal como aconteceu na travessia do mar vermelho e, tendo depois disso,
conduzido os seus antepassados a terra prometida (Êxodo Êx 1-40; Levítico 1-27;
Números 1-36; Deuteronômio 1-34; Josué 1-24; Daniel 6-9; Tiago 4:13-15).
3. Precisamos acabar com a “falta de energia”. Maxwell nos leva a refletir sobre como temos feito a
obra de Deus com a prática da duplicidade espiritual, estamos envolvidos nas frentes
missionárias e outras áreas da Igreja de Deus, mas ao mesmo tempo não nos
alimentamos do Espírito, não buscamos a face de Deus e, ainda queremos manter
uma vida de compromisso com as coisas do mundo ou coisa similar; o que é um
imenso problema (cf. Lucas 22:1-6, 47-49; Mateus 6:24; Apocalipse 3:14-22).[3]
Fortalece a compreensão do assunto Andrew Murray ao dizer:
“Posso pregar,
escrever, pensar ou meditar, e deleitar-me em estar ocupado com as coisas do
livro de Deus e do Seu reino; e mesmo assim o poder do Espírito Santo pode
estar totalmente ausente. Eu temo que, se tomarmos em consideração a pregação
através da Igreja de Cristo e perguntarmos por que há (que pena!) tão pouco
poder de conversão na pregação da Palavra, por que há tanto trabalho e
frequentemente tão pouco resultado para a eternidade, por que a Palavra tem tão
pouco poder para erguer os crentes em santidade e consagração, a resposta virá:
é ausência do poder do Espírito Santo. Por que isto? Não pode haver outra
explicação senão que a carne e a energia humana tomaram o lugar que deveria ser
ocupado pelo Espírito Santo.”[4]
Precisamos levar a sério o fato
de que: “Antes de traçar planos e desenhar projetos. Lembre-se disto: A
sabedoria humana anula o poder da cruz de Cristo (veja I Coríntios 1:17;
2:1, 4 e 5)! Se não formos cuidadosos, a fé pode ser engolida pelas fórmulas. A
oração pode se tornar um “carimbo” sobre propostas e projetos que levem a nossa
insígnia, mas não a de Deus.”[5]
4. “É hora de buscar o Senhor”
enquanto se pode achar (ver Isaías 55:6). Não vale apena executar a obra de
Deus ausente do santo Espírito; afinal, como ressalta Charles Spurgeon:
“Se nós não
temos o Espírito de Deus, é melhor fechar as igrejas, lacrar suas portas,
colocar sobre elas uma cruz preta e dizer: ‘Senhor, tem misericórdia de nós’.
Se os seus ministros não têm o Espírito de Deus, é melhor que fiquem em casa.
Creio que minhas palavras não são fortes demais quando digo que uma igreja na
Terra sem o Espírito de Deus é mais maldição do que bênção.”[6]
5. Precisamos com urgência
buscar “a face de Deus” em total entrega a Ele tal “Como suspira a corça pelas
águas” em tempo de grande sede (Salmo 42:1-11). É tempo de viver “amando ao
Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e te achegando a ele; pois ele é a
tua vida e a longura dos teus dias” (Deuteronômio 30:20, ARC). Como observa
Maxwell: “O tempo com Deus, para ler Sua palavra e para comungar com Ele, tem
que ser mais prezado por nós “do que o alimento” (Jó 23:12, ARC). Pode ser que
isto ainda não esteja acontecendo com você, mas peça e creia que Ele responderá
a sua oração.”[7]
6. Desafio. Procure pelo
menos uma vez ao dia dedicar entre 15 a 30 minutos para “buscar a face de Deus”
de “todo o coração”, não com a mente repleta de preocupações, não forçadamente,
mas com a “mente” e o “coração” voltados plenamente ao Senhor: (a) Fale com o
Espírito Santo abertamente, diga-Lhe de suas fraquezas, anseios e planos, peça
que Ele te revele o que Deus deseja que você execute na jornada de sua vida
aqui neste mundo; (b) Solicite do Senhor a misericórdia e o perdão diário de
Cristo que é o Seu intercessor e Salvador pessoal; (c) Clame ardentemente pela
proteção do Pai mediante seus anjos na intensa batalha do bem e do mal; (d)
Busque, vigie e ore constantemente e, saia da comunhão íntima do Eterno para
compartilhar com outros o quão maravilhoso é depender e estar na presença dEle.
Pois já sabemos, a luz do estudo
em questão, como afirma Maxwell: “A menos que nossa paixão por encontrar Deus
seja mais profunda do que qualquer outra paixão, continuaremos a ordenar a
nossa vida de acordo com o nosso gosto e não com o de Deus.”[8]
Assista "Para Deus e Deus Somente"
(canal YouTube: Pr. Adevertir Pogian)
[1]
Adaptado por Adevertir Pogian da obra de Randy Maxwell, Se meu povo orar
(Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), p. 12-172. Disponível em: http://adevertir.blogspot.com/2021/04/para-deus-e-deus-somente.html
[2]
Ibid., Se meu povo orar, p. 130.
[3]
Detalhes, cf. Maxwell, Se meu povo orar, p. 131-133.
[4]
Andrew Murray, Absolute Surrender [Entrega Total] (Chicago, Ill.: Moody
Press), p. 87 citado por (Maxwell, Se meu povo orar, p.132).
[5]
Ibid., Maxwell, Se meu povo orar, p. 133.
[6]
Ibid., Maxwell, Se meu povo orar, p. 134.
[7]
Ibid., Maxwell, Se meu povo orar, p. 135-136.
[8]
Ibid., Maxwell, Se meu povo orar, p. 126.
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